Lourdes Castro no CAMB



















Na exposição de Lourdes Castro (1930), são apresentadas obras da década de 50 à década de 70.
Lourdes de Castro foi uma das artistas que integrou o movimento artístico KWY, que surge em Paris na década de 60, altura em que aí estuda com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian.
Depois do registo abstraccionista que marca as exposições colectivas do grupo KWY, e com base nos princípios do Novo Realismo, a artista abandona os suportes tradicionais da pintura, e apresenta-nos várias assemblages de bens de consumo e de uso quotidiano, como em “Carro e Caricas”, 1963.
A Sombra, desperta, entretanto, o interesse da artista como mote de exploração, da relação memorial da representação da presença do objecto, com a luz, relação que a artista problematizará em diferentes processos experimentais e que condensará em toda a sua obra futura.
Desenvolverá experiências a este nível com a serigrafia e posteriormente com a fixação da sombra projectada em tela.
A partir de 1964, começa a trabalhar com o pexiglas, o que lhe permite trabalhar a sombra na transparência. A sobreposição deste material permitiu a criação de sombras a partir de sombras, como em “Sombra projectada de Chista Maar”, 1968.
Na década de 70 as silhuetas ganham estatuto real como figuras de animação ao encenar o seu teatro de sombras.
Vão ganhando também outras dimensões e propagam-se para suportes como o lençol onde aparecem bordadas e marcam o contorno do vazio e da ausência.


Para ver no Centro de Arte Manuel de Brito em Algés até ao próximo dia 17 de Janeiro.


(texto via : camb.cm-oeiras.pt)